
Capeta testado na Fundação
23-Dez-2006
DIRIGENTES vizelenses NEGAM INTERESSE MAS…
CAPETA TESTADO NA FUNDAÇÃO
Depois de ter estado, autorizado, em Vigo, a negociar com o Celta, Capeta acabou a semana a treinar-se na Fundação Jorge Antunes sem que o Mogadouro estivesse a par da situação. Os vizelenses negam, os transmontanos lamentam.
Bruno Teixeira
bruno.teixeira@onortedesportivo.com
O jogador-revelação do Mogadouro, Capeta, esteve esta semana em Vizela, onde, conforme apurou O NORTE DESPORTIVO, prestou provas na Fundação Jorge Antunes, muito embora sem o conhecimento do seu clube, que se manifesta muito desagradado com o sucedido.
Os vizelenenses garantem que o jogador lhes foi oferecido por um empresário mas que não se treinou com o plantel de Paulo Tavares. “É mentira que o jogador tenha treinado na Fundação. Aliás, só hoje (ndr. sexta-feira) é que soube que estava em Vizela”, garantiu, ao ND, o presidente José Antunes, corroborado pelo secretário-técnico Alberto Abreu. “O Capeta foi-nos oferecido por um empresário, mas não treinou connosco. Não o conhecemos enquanto jogador, por isso é mentira que tenhamos feito qualquer proposta. Se um dia acharmos que tem valor para representar a Fundação falaremos com o clube porque é assim que costumamos actuar”, explica.
No entanto, esta versão não é completamente confirmada pelo atleta, que diz que houve mesmo uma proposta. “Não cheguei a treinar, estive apenas em Vizela para conversar com os dirigentes da Fundação. Houve um contacto por intermédio do meu empresário, conversámos e fizeram uma proposta ao Mogadouro que, contudo, não a aceitou”, indica, lamentando que o acordo não fosse alcançado. “Era uma boa oportunidade para mim, fico à espera que as coisas se resolvam”, adianta.
Em relação ao mal-estar que esta situação causou em Mogadouro, Capeta diz-se tranquilo. “O Mogadouro não sabia que eu ia a Vizela porque só me desloquei lá para uma conversa quase informal e para conhecer o clube. Só depois, se houvesse interesse, é que a Fundação contactaria o Mogadouro. Já esclareci tudo, estou tranquilo. Não menti, não escondi, não têm por que estar chateados. Penso que posso tentar procurar algo melhor para mim, desde que o clube não saia prejudicado”, refere, explicando também porque se gorou a transferência para a Liga espanhola. “O Celta de Vigo já me tinha visto actuar e havia acordo para assinar. No entanto, o negócio não se concretizou porque já tinham dois atletas brasileiros e eu não tenho passaporte comunitário”.
MOGADOURO
DEVIAM TER-SE INTEIRADO DA SITUAÇÃO DO ATLETA
Desconhecedores do real paradeiro do jogador, os dirigentes do Académico de Mogadouro receberam a notícia da presença de Capeta em Vizela como uma «bomba». Até porque o julgavam em… Vigo. “O suposto empresário do jogador, um advogado chamado Ângelo, solicitou-nos que o Capeta fosse autorizado a prestar provas no Celta de Vigo. Apesar do passe do Capeta não estar à venda, tal como o dos outros jogadores, como havia o interesse de um clube internacional de um campeonato como o espanhol, que seria uma grande oportunidade para o atleta, desde que o Mogadouro fosse convenientemente compensado, combinámos que ele se deslocaria a Vigo para fazer uns testes e que regressaria na quinta-feira à noite. No entanto, para surpresa nossa, ele não apareceu e fomos informados pelo empresário que o Capeta estava em Vizela a treinar na Fundação Jorge Antunes, algo que não estava combinado pois só estava autorizado a ir a Vigo. E não esteve lá apenas para conversar porque sei que esteve lá dois dias e realizou três treinos”, assegura o presidente Maurício Trigo que, contudo, lamenta a posição dos vizelenses em todo este processo, pois considera que, mesmo que também tenha sido enganados, deviam ter tido mais cuidado.
“Respeito muito a Fundação Jorge Antunes mas tem algum cabimento que permita que o jogador treine sem contactar o clube ao qual está vinculado para saber se está autorizado para tal e logo a pouco mais de uma semana das duas equipas se defrontarem para a Taça de Portugal? Não temos grandes pretensões na prova, sabemos das dificuldades e das diferenças entre as duas equipas, mas isto não se faz, principalmente envolvendo um dos nossos principais trunfos. Compreendo que possa também ter sido enganada, mas deveria ter tido outro cuidado até porque é uma equipa profissional. Devia ter-se inteirado da situação antes de permitir que o atleta se treinasse junto do grupo de trabalho. No entanto, já fui contactado pelo vice-presidente Paulo Santos, que garantiu que o jogador lhe foi oferecido e que, pelo menos de momento, não têm qualquer interesse no Capeta, ao contrário do que nos havia dito o empresário”, indica.
Quanto à atitude que vai tomar em relação a esta situação, o dirigente ainda não decidiu o que fazer, a não ser as medidas, imediatas, no que diz respeito ao jogador. “Ainda não decidimos o que vamos fazer, a não ser em relação ao jogador. Não treinou nenhuma vez esta semana, não está convocado para o próximo jogo. Aliás, está mesmo suspenso temporariamente porque também ele tem culpas no sucedido. É maior e vacinado, devia acatar as ordens do clube e não as de um empresário que quis passar por cima de tudo e todos. E se ele se lesionasse com gravidade? Quem nos minimizaria os danos? Quanto ao resto, vamos decidir. Pelo menos o empresário tem que ser responsabilizado, teve uma conduta irresponsável e anti-ética, estamos muito aborrecidos com tudo isto”, assevera.
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